quarta-feira, 8 de setembro de 2010

De que adianta?

Muitas pessoas assistem a shows de Hipnose televisionados e ficam maravilhadas com a capacidade dos autores de tais shows em 'Dominar a mente humana'. Longe de dizer que tais shows são mentira, ou que tais pessoas não estejam hipnotizando de fato; é importante discutir: Para quê servem determinadas coisas?

É bastante comum ver pessoas comerem cebolas e alhos dizendo que tem gosto da mais fina iguaria, ou de algum doce especialmente saboroso. Logo após isso vem alguém dizendo que tinha medo disso e que foi 'curado', e logo a seguir, vem alguém que se apresenta com outro medo e que é curado, imediatamente.

Dizer que alguém está CURADO de algo, já apresenta problemas em si mesmo, pois, o fato de um dado sintoma desaparecer não é um dado suficiente que garanta TAMBÉM a extinção da causa envolvida em tal sintoma. Vejamos o caso dos sintomas da depressão; eles podem ser controlados com medicação correta; porém se as causas da depressão não forem investigadas e tratadas, logo outro sintoma tomará seu lugar e - talvez - com conseqüencias mais graves ainda.

De fato, supressão de sintomas por meio da Hipnose é a maior das críticas desde a época de Sigmund Freud. O uso da Hipnose de modo SINTOMÁTICO é um grande filão dos hipnotizadores* em geral, mas que apenas reforça o preconceito envolvendo a técnica, pois, cria a ilusão de uma cura mágica; uma panacéia que não faz parte do que os HIPNÓLOGOS e HIPNIATRAS trabalham.

O uso de recursos espetaculares como a PONTE (subir no tronco de pessoas hipnotizadas) ou comer coisas de gosto ruim, pode ser um excelente modo de entreter as pessoas; tal como montanha russa ou automobilismo; mas assim como estas modalidades, exige critério e apresenta riscos.

No Brasil não existe uma lei que proíba ninguém de usar Hipnose com qualquer fim. Por esta razão, QUALQUER PESSOA pode usar tal ferramenta e dizer-se o melhor dos especialistas na área sem saber sequer a diferença entre o que é terapêutico e o que é sintomático. Não existe um código posturas ou qualquer tipo de fiscalização sobre essas pessoas.

Entretanto, os profissionais de saúde que usam a Hipnose tem como obrigação profissional seguir seus Códigos de Ética. Tais proíbem inclusive APRESENTAÇÕES DE PALCO de qualquer espécie, ou seja, se você conheceu um hipnotizador em um programa de TV, há uma chance muito grande dele não ser registrado como médico, psicólogo, dentista ou outra profissão do ramo da saúde, pois, os conselhos não são favoráveis a tais apresentações e sabem que, apresentações por si mesmas, não representam nenhum ganho terapêutico aos clientes que venham a se submeter a elas.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Mitos questionados...

         • A hipnose não é considerada uma técnica esotérica ?

Não, definitivamente. Hipnose é um fenômeno neurofisiológico legítimo, onde o funcionamento do cérebro possui características muito especiais. Tais características, únicas, podem ser verificadas por alterações em eletroencefalograma no decorrer de todo estado hipnótico e visivelmente por manifestações não presentes em outros estados de consciência, como rigidez muscular completa, anestesia, hipermnésia (reforço da memória) e determinados tipos de alterações de percepção. A hipnoterapia  usa as vantagens de trabalhar com o cérebro neste estado para ajudar as pessoas. 

Que vantagens tem a Hipnoterapia ?

Uma pessoa hipnotizada pode lembrar-se com mais detalhes de situações passadas (regressão de memória) que explicam suas dificuldades emocionais e/ou sociais do presente e, desta forma, otimizar seu tratamento terapêutico, pois, uma das dificuldades dos procedimentos terapêuticos tradicionais é lidar com o “esquecimento” de determinados fatos do passado que atrasam o desenvolvimento da terapia.

É verdade que uma pessoa hipnotizada obedece a qualquer tipo de ordem dada ?

Dificilmente. O cérebro da pessoa está sempre pronto para desperta-la se ocorrer algo ofensivo, que seja contra sua moral ou costumes. A parcela da população que obedece a quaisquer ordens dadas em estado hipnótico (altamente suscetível) é estisticamente ínfima. 

Posso ser hipnotizado sem minha permissão ?

É muito difícil hipnotizar uma pessoa que não queira cooperar ou que não confie no hipnólogo totalmente, pois, a função do cérebro é sempre proteger e não se expor a qualquer tipo de situação desconhecida. O tipo de atividade cerebral que ocorre quando uma pessoa está sendo ameaçada, oprimida, assustada ou desconfiada, inviabiliza o transe hipnótico que possa ter alguma utilidade terapêutica. É certo que existe uma porcentagem pequena da população que tem uma sensibilidade muito grande à indução hipnótica, e essas são as maiores “vítimas” dos hipnotizadores circenses, pois esses, pela prática, identificam tais pessoas numa platéia e sempre as escolhem para fazer as apresentações, que não tem objetivo terapêutico algum. Por outro lado, existe uma outra porcentagem, também pequena, da população que é insensível à indução hipnótica.  

Se o terapeuta passar mal e desmaiar, eu ficarei para sempre em transe ?

Não. Se algo ocorrer e a pessoa não for trazida do transe, ela continuará em processo de relaxamento até chegar o sono comum, cochilará por algum tempo e acordará normalmente; ou fará o processo inverso. Todo este processo é concluído em minutos.

Existe algum risco em fazer um tratamento terapêutico que use a hipnose ?

Apenas se o profissional não possuir um treinamento, tanto teórico quanto prático, feito de forma responsável. Não é aconselhável a uma pessoa com problemas emocionais participar de hipnose de palco (shows de hipnotismo), pois, o hipnotizador não lida com a técnica de maneira a ajudar as pessoas, sua função é meramente circense.   

É Legal utilizar hipnose para tratamento de problemas emocionais, sociais etc ?

Sim. A hipnose é hoje legalmente reconhecida e utilizada no Brasil por profissionais de Medicina, Odontologia, de Psicologia e possui diversas outras associações profissionais sérias em todo o mundo que estudam e utilizam a hipnose como ferramenta produtiva em seus campos de trabalho.

Então a hipnose poderia resolver tudo sozinha ?

Não. A hipnose é uma ferramenta que deve ser usada dentro de um processo terapêutico muito mais amplo; hipnotizar a pessoa e apenas eliminar determinados sintomas, simplesmente, sem investigar a causa de tais sintomas, não resolve seus problemas e pode até mesmo disfarçar (ou deflagrar) um problema maior.

A hipnose pode tirar meus medos de uma só vez, rapidamente ?

Em alguns casos sim, especialmente naquele grupo de pessoas mais sensíveis a indução hipnótica. Mas este tipo de terapia, apenas sintomática, é improdutiva e irresponsável. Muitas vezes os sintomas apresentados por clientes são apenas como “a ponta do iceberg”. É necessário toda uma investigação para que a correta aplicação de técnicas pertinentes seja oferecida. A terapia não busca o simples alívio dos sintomas, mas sim a investigação das causas dos problemas para que os sintomas não mais ocorram nem se transformem em outros piores. Muitas vezes uma mera “dorzinha” é associada, num evento de regressão de memória, à memórias tristes da infância ou relacionamentos mal solucionados. 

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Mito ou ciência ???

Hipnose é um estado alterado de consciência. Chama-se ALTERADO, pois, não pode ser classificado como sono nem tampouco com vigília. Esses dois estados de consciência são claramente distintos e a tecnologia moderna pode comprová-lo de inúmeras formas, inclusive pelos achados em eletroencefaligrama e PET-Scan de ambos, que mostram ondas cerebrais de formas, freqüências e padrões distintos para cada caso. Tal estado pode ser obtido por um procedimento conhecido como indução hipnótica, o qual é geralmente composto de uma série de instruções preliminares e sugestões. O uso da hipnose com propósitos terapêuticos é conhecido como "hipnoterapia".

Chamamos de HIPNIATRAS (profissional de Medicina) e HIPNÓLOGOS (profissional de Psicologia) aqueles que usam a Hipnose como ferramenta auxiliar em suas profissões. Embora a Hipnose por si só apresente a capacidade de resolver ou aplacar sintomas - em especial manifestações psicossomáticas - tal uso é criticado por profissionais sérios, pois, verifica-se que a supressão de sintomas não é uma saída ideal na maior parte dos casos. Milton Erickson teve especial participação nesta constatação.

O termo "hipnose" deve o seu nome ao médico e pesquisador James Braid (1795-1860), que o introduziu pois acreditou tratar-se de uma espécie de sono induzido. (Hipnos era também o nome do deus grego do sono). Quando tal equívoco foi reconhecido por Braid, o termo já estava consagrado, e permaneceu nos usos científico e popular. Braid ficou famoso na época por fazer várias cirurgias com o uso da HIPNOANALGESIA (ou anestesia hipnótica).